A existência mata a ideia

Oi Manu,

Depois de algumas semanas, consegui responder a tua última carta, hoje, no dia da comemoração do primeiro aniversário da querida Aiyra. Muitas felicidades para você, Maurício, Aiyra e toda a tua família e amigos!

A força para essa resposta me veio com as palavras do Massimo Cacciari, que ouvi ontem no MACRO, aqui em Roma: "a existência mata a ideia"(https://www.museomacro.it/media/massimo-cacciari-arte-e-terrore-000). 

Essa semana foi a apresentação de exame do laboratório Circo, que acompanho aqui em Roma. A mostra foi um sucesso, com a presença da comunidade local, autoridades, professores, estudantes, jovens, crianças, idosos, etc. Numa reunião que durou da manhã a noite - colazione, pranzo e cena - com apresentações dos projetos dos grupos de alunos e muitas intervenções andantes pelos espaços do Instituto San Michele.

Tudo em ação, o "evento", um encontro, um bom encontro espinosiano, intermediado por blocos de sensações e potências de criação. Foi uma experiência para ser sentida, no corpo, difícil de ser narrada, fotografada ou representada. 




Me arrisco a dizer que a experiência no Laboratorio Circo, mesmo silenciosa, já valeu para tudo que tinha me proposto a fazer aqui no meu estágio pós-doutoral, já sou grato por esse tempo de aprendizado em comum, sempre temos muito mais a aprender que ensinar.

Me espanta a energia que todos tem por aqui, confesso que toda essa quantidade de informações, por vezes me põe cansado de pensar. Nesse momento me sinto num intervalo, o "semestre" aqui terminou e "acho" que nas próximas semanas começa o curso de Arti Civiche do Piccio.

Já começaram as aulas por aí? e o Atelier de Projeto com a Celina?


Beijos,

Edu Rocha

Roma, 3 de março de 2019.





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